Taxa de desemprego chega a 17,1% em Pernambuco; confira a matéria

Por Cristiano Rodrigues 02/12/2020 - 07:27 hs

Os brasileiros estão voltando a procurar emprego em meio à pandemia. Desde agosto, a força de trabalho teve um aumento de 2,8 milhões de pessoas, em período que coincidiu com o corte pela metade do auxílio emergencial e as flexibilizações cada vez maiores das medidas restritivas no combate á Covid-19. Os dados da Pnad Covid, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que em Pernambuco a taxa de desocupação em outubro foi de 17,1%, contra 15,9% em setembro, com 666 mil pessoas que estavam desocupadas e buscaram um emprego, mas não encontraram.

Segundo dados da Pnad Covid divulgados nesta terça-feira, a força de trabalho chegou a 97,8 milhões em outubro, um aumento de 1,4 milhão desde setembro, quando o auxílio emergencial sofreu redução pela metade, indo de R$ 600 para R$ 300.  Já o número de pessoas ocupadas ficou estável entre os dois meses em questão, com 3,2 milhões de pessoas.

Para o chefe da unidade estadual do IBGE em Pernambuco, Gliner Alencar, o cenário vai direcionando para um processo de retomada da normalidade na procura por postos de trabalho. “Tivemos diminuição dos postos e agora aumento da taxa pela quantidade de pessoas procurando emprego, apesar de um aumento em nível estável. Levando pelo bom senso, a gente vê que a flexibilização vai colaborando, e tem pessoas que perderam emprego, que tinham como se sustentar, mas chega um momento que a pessoa precisa procurar nova forma de sustento”, disse.

Pelo terceiro mês consecutivo houve uma redução da população fora da força de trabalho (que não estavam trabalhando nem procuravam emprego) que gostariam de trabalhar no Estado, mas não conseguiram, muito por conta da pandemia do novo coronavírus ou por falta de oportunidade. Em outubro eram 885 mil pessoas, enquanto em setembro eram 981 mil.

A Pnad Covid também observou em Pernambuco uma queda no número de domicílios em que ao menos um dos moradores recebeu o auxílio emergencial, sendo 55,4% em outubro, contra 56,3% em setembro. Em outubro, 1,7 milhão de lares receberam o auxílio no Estado. Já no Brasil, a queda foi de 43,6% para 42,2%. Segundo Gliner, o valor médio do rendimento do auxílio em Pernambuco também reduziu, passando de R$ 902 em setembro para R$ 634 em outubro.

O chefe do IBGE em Pernambuco também destaca a queda da informalidade, que passou de 42,3% para 42,9% da força de trabalho ocupada, chegando a 1,3 milhão de pernambucanos. “Vai voltando a roda econômica do emprego, a grande parte tem interesse em ser formal, mas enquanto não chega procura a informalidade. Com mais pessoas nas ruas, acaba sendo maior o informal, é um ciclo comum. Um alto nível de desocupação gera informalidade, que depois é formal e diminui taxa de desocupação e esperamos que siga isso quanto antes”, destacou Gliner.