Muito se fala sobre os efeitos colaterais que as pílulas anticoncepcionais causam. Náuseas, enjoo, redução da libido e mudança de humor são alguns dos sintomas já conhecidos pelas mulheres que optam por esse tipo de contracepção. O uso do contraceptivo oral é associado, ainda, a complicações cardiovasculares como o infarto. No entanto, embora algumas pessoas façam essa relação, a ginecologista do SESI-PE, Kátia Valença, esclarece ao público do Jornal PE que isso não passa de um mito – e que é preciso estar sempre atento a outros pontos que podem provocá-lo.
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“A pílula não causa infarto. Isso é falso. O que esse tipo de contraceptivo pode fazer é desencadear situações que deixem a mulher predisposta a ter outras doenças, mas não diretamente o infarto. Por exemplo: a pílula pode causar retenção de líquido, o que pode acabar sobrecarregando o rim. Com isso, a mulher pode ganhar peso em excesso, ocasionando a obesidade e o aparecimento de varizes e, assim, há um maior risco de trombose venosa profunda”, explica.
A ginecologista destaca que o estrógeno, hormônio naturalmente produzido pelas mulheres e que está na composição dos comprimidos orais atuam, na verdade, como uma proteção cardiovascular. “O estrógeno tem essa ação sobre os vasos. Por isso, os homens têm mais propensão a terem infartos do que as mulheres. No entanto, quando ocorre a menopausa, ou seja, quando esse hormônio deixa de ser produzido, as mulheres perdem essa proteção cardíaca e entram no mesmo patamar masculino”.
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Além da perda da proteção cardíaca, doutora Kátia explica que, após a menopausa, as mulheres tendem a ter um aumento de peso corporal e, aí, sim, podem acabar desenvolvendo alguma doença capaz de elevar o risco de infarto. “Há um aumento, por exemplo, de gordura visceral, então, a mulher pode acabar desenvolvendo diabetes e outros fatores que realmente predispõem ao infarto”, esclarece.
Kátia destaca ainda, que outras questões já conhecidas, como o estresse ou a hipertensão, também podem incrementar esse risco. “O estresse, por ser uma questão emocional, de ansiedade, somatiza vários outros problemas, mexendo com a qualidade de vida e com pontos como a autoestima. E a hipertensão, de maneira geral, sobrecarrega o coração. Em ambos, as chances de desencadearem doenças são maiores”, conclui.
Por isso, a médica alerta sobre a importância de, desde cedo, começar a modificar hábitos para adquirir mais qualidade de vida. “Ter uma alimentação saudável para que não haja um acúmulo de gordura e, consequentemente, ganho de peso, além de fazer atividade física de forma regular. Todas essas práticas devem ser iniciadas cada vez mais cedo, para funcionarem como uma forma de prevenção, e não como um resgate”.
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