Procuradoria defende pena de morte para autor de tiroteio em escola na Flórida

Em 2018 Nikolas Cruz, de 23 anos, entrou em escola secundária, atirou e matou 17 pessoas

Por Cristiano Rodrigues 19/07/2022 - 09:18 hs

A fase de sentença do julgamento de Nikolas Cruz, autor confesso do massacre ocorrido em uma escola secundária de Parkland, na Flórida, Estados Unidos, começou nesta segunda-feira, 18, com o apelo da procuradoria, que pediu a pena de morte para o acusado pelos assassinatos “atrozes e cruéis” de 17 pessoas. Foi “um ataque horrível” planejado com meses de antecedência por Cruz na escola Marjory Stoneman Douglas, no sul da Florida, disse o procurador Michael Satz, que apresentou o argumento de abertura do processo aos jurados em um tribunal de Fort Lauderdale. Satz fez um relato detalhado dos acontecimentos, o que levou alguns dos espectadores a deixarem a sala de audiência visivelmente emocionados. Fora da sala do tribunal onde ocorreu a audiência havia “cães de terapia” para oferecer conforto às famílias das vítimas. Em uma mesa e cabisbaixo, Nikolas Cruz, agora com 23 anos e que Satz descreveu como uma pessoa “fria, calculista, manipuladora e mortal”, escreveu papéis que passou aos membros da sua equipe, aos quais às vezes sussurrava, sem olhar para cima. O procurador argumentou que existem até sete fatores agravantes neste caso que justificam a pena de morte para Cruz, que serão suficientemente fortes para superarem quaisquer argumentos sobre a saúde mental e a infância do jovem que a defesa possa vir a fazer.

Um desses fatores agravantes é o vídeo em que o jovem advertiu três dias antes que seria o próximo autor de um tiroteio escolar destinado a matar 20 pessoas com um rifle semiautomático AR-15. “Vão todos morrer”, disse Cruz no vídeo que o procurador destacou durante a audiência, que contou com a presença de dezenas de famílias das vítimas. Satz detalhou na audiência presidida pela juíza Elizabeth Scherer onde e quantos tiros foram disparados contra cada uma das vítimas fatais do tiroteio cometido com “premeditação e malícia acima referida” e em que 17 pessoas também ficaram feridas. Nos sete minutos de duração do ataque, desde que começou a disparar até colocar a arma em uma escada, Cruz disparou 139 tiros, como disse o procurador aos 12 membros do júri , formado por sete homens e cinco mulheres. A defesa, que busca a prisão perpétua para o jovem, se recusou a apresentar os seus argumentos de abertura na audiência desta segunda-feira e pediu para fazê-lo quando chegar o momento de apresentar o sue posicionamento, o que pode acontecer dentro de algumas semanas.