Bolsonaro diz que Auxílio Brasil de R$ 600 será mantido em 2023 com privatização de estatais
Presidente não informou quais empresas brasileiras devem ser postas à disposição da iniciativa privada
Presidente não informou quais empresas brasileiras devem ser postas à disposição da iniciativa privada
O candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta terça-feira (30), que a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 será concretizada com a venda de estatais. O presidente, contudo, não informou quais empresas brasileiras devem ser privatizadas.
"A LDO é algo fixo? Não dá para mudar? Nós estamos com um programa de, ao vender estatais, complementar isso daí", disse Bolsonaro no final do evento organizado pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs). "Vai conseguir vender, vai ter os R$ 600 no ano que vem", complementou.
O valor de R$ 600 está mantido até o fim deste ano. O benefício começou a ser pago neste mês a cerca de 20 milhões de famílias. O aumento foi possível graças à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Benefícios, promulgada pelo Congresso. A medida autorizou o governo a gastar R$ 41 bilhões em ano eleitoral.
Apesar de não ter incluído o benefício de R$ 600 na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023, Bolsonaro havia dito que manteria o auxílio para o próximo ano. Agora, segundo o presidente, o custo será arcado com a venda de estatais. A medida, por sua vez, depende de aprovação do Congresso Nacional.
Bolsonaro voltou a criticar a gestão de Gabriel Boric à frente do Executivo chileno. "O presidente do Chile agora começou a chamar o embaixador, uma maneira que ele tem de mostrar insatisfação comigo. Se eu exagerei ou não, não deixei de falar a verdade", disse.
Durante o debate presidencial do último domingo (28), Bolsonaro afirmou que o presidente do Chile atuou em ataques ao metrô da capital do país, Santiago. "Lula apoiou o presidente do Chile também. O mesmo que praticava atos de tocar fogo em metrôs lá no Chile. Para onde está indo o nosso Chile?", informou.
Após a declaração presidencial, a chanceler chilena, Antonia Urrejola, afirmou que as relações entre os dois países ficam prejudicadas. "Obviamente, são afirmações absolutamente falsas. Lamentamos quem em um contexto eleitoral se aproveite das relações bilaterais, se polarize as relações bilaterais por meio de informações e notícias falsas. As notícias falsas corroem a democracia e, neste caso, corroem as relações bilaterais", afirmou.
O governo do Chile convocou o embaixador do Brasil para dar explicações em Santiago e decidiu publicar uma nota de repúdio. "Nós fizemos uma citação ao embaixador do Brasil para alcançar bons resultados da parte do secretário-geral de Política Exterior e chegamos a uma nota de protesto", explicou a chanceler.
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