Uma mulher de 27 anos foi presa em flagrante, na última sexta-feira (2), em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, sob a suspeita de ter vendido um filho recém-nascido a uma família residente no bairro do Cordeiro, na capital pernambucana. A suposta compradora, uma mulher de 45 anos, também foi detida.
De acordo com o Conselho Tutelar de Prazeres, em Jaboatão, o valor da transação teria sido fixado em R$ 7 mil.
O caso chegou ao órgão por meio de uma denúncia feita por vizinhos da genitora, que notaram movimentações atípicas na casa da mulher.
“Viram uma Fiat Toro parando na porta da mulher. Os denunciantes dizem que a genitora desceu do carro, e o veículo seguiu com a criança”, disse Gilmar Benevides, conselheiro tutelar que acompanhou o caso.
O conselheiro diz, ainda, que equipes do órgão foram à casa da genitora ainda na sexta (2), dois dias após o nascimento do bebê:
“Na casa da suspeita, quem nos atendeu foi a madrasta dela, que disse que ela ainda estava no hospital; fomos até a unidade, mas a criança e a mulher já tinham tido alta. Quando saímos de lá, recebemos uma ligação da própria madrasta revelando que o recém-nascido estava em uma casa no bairro do Cordeiro, no Recife, com outra família”.
O Conselho Tutelar acionou a Polícia Civil, que foi até a casa da suposta compradora. “Os agentes fizeram algumas perguntas; primeiro a mulher disse que era amiga da genitora, depois, justificou que o marido dela era amante da mãe do bebê. A delegada desconfiou e encaminhou todos à delegacia”, contou Benevides.
Segundo o conselheiro tutelar, a casa da suspeita de comprar o bebê estava pronta para receber a criança, com decoração e enxoval.
“Fizemos o acolhimento institucional da criança, que foi direcionada a uma casa de apoio de Jaboatão. Agora, a Vara da Infância e Juventude de Jaboatão, junto ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), deve fazer um trabalho social para ver se a criança deve voltar à família extensa”, completou o conselheiro.
Outro ponto que chamou a atenção dos conselheiros tutelares foi a ausência dos nomes da mãe e do pai na Declaração de Nascido Vivo (DNV).
O documento também não continha o nome da criança.
A denúncia recebida pelo conselho dá conta, ainda, de que a mulher já teria praticado o mesmo crime anteriormente. A suspeita, de 27 anos, mora com um dos filhos, uma criança de quatro anos.
Tanto a genitora quanto a suposta compradora pagaram fiança e respondem em liberdade. De acordo com a Polícia Civil, o caso segue sob investigação.
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