O Ministério da Saúde instalou, de forma
preventiva, um Centro
de Operações de Emergência em Saúde (COE) para
coordenar ações de resposta à mpox,
em decorrência da decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de declarar
emergência internacional para a doença.
Embora o Brasil apresente sinais de
estabilidade e controle da mpox, é necessário manter um estado de alerta em
relação ao vírus. Para isso, o Ministério da Saúde mantém os sistemas de
vigilância de casos e dos Laboratórios Centrais
de Saúde Pública (Lacens), para coleta e execução de exames
diagnósticos, prontos para dar resposta à doença.
Para ajudar a esclarecer dúvidas sobre
a doença, segue abaixo uma seção de perguntas e respostas (FAQ):
1) O que é a mpox?
A mpox é uma doença causada pelo mpox vírus (MPXV),
do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae.
Trata-se de uma doença zoonótica viral. Sua transmissão em humanos pode ocorrer
por meio do contato com:
- pessoa infectada pelo mpox vírus;
- materiais contaminados com o vírus.
2) Como a mpox é transmitida?
A principal forma de transmissão da
mpox é por meio do contato próximo e prolongado (abraços, beijos, relação
sexual) quando existem lesões na pele tais como erupções cutâneas, crostas,
feridas e bolhas ou fluidos corporais (como secreções e sangue) em uma pessoa
infectada.
A infecção também pode ocorrer no
contato com objetos recentemente infectados, como roupas, toalhas, roupas de
cama, ou objetos como utensílios e pratos, que foram contaminados com o vírus
pelo contato com uma pessoa doente.
3) A doença é transmitida por macacos?
Não. Apesar do antigo nome usado
(varíola dos macacos), é importante destacar que macacos não são reservatórios
do vírus da varíola. Embora o reservatório seja desconhecido, é possível que a
infecção tenha sido transmitida para seres humanos, tendo como fonte pequenos
roedores das florestas tropicais da África, principalmente na África Central e
Ocidental.
4) Quando a transmissão da doença
acontece?
Uma pessoa pode transmitir a doença
desde o momento em que os sintomas começam até que as lesões de pele tenham
cicatrizado completamente. A doença geralmente evolui para quadros leves e
moderados e pode durar de 2 a 4 semanas.
5) Quais são os sinais e sintomas da
mpox?
- Erupções cutâneas ou lesões de pele (como bolhas, feridas com casca
ou não);
- Adenomegalias, que se caracterizam por linfonodos inchados e também
são denominados de “ínguas”;
- Febre;
- Dores no corpo;
- Dor de cabeça;
- Calafrio;
- Fraqueza.
6) Após contato com o mpox vírus, em
quantos dias começa a manifestação dos sinais e sintomas?
O intervalo de tempo entre o primeiro
contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas do mpox (período de
incubação) é tipicamente de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias. Após a
manifestação de sintomas como erupções na pele, o período em que as crostas
desaparecem, a pessoa doente deixa de transmitir o vírus a outras pessoas. As
erupções na pele geralmente começam dentro de um a três dias após o início da
febre, mas às vezes, podem aparecer antes da febre.
7) Quais as características das lesões
de pele?
As lesões podem ser planas ou levemente
elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podem formar crostas, que
secam e caem. O número de lesões em uma pessoa pode variar de algumas a várias
lesões, e podem ocorrer em qualquer parte do corpo como rosto, palma das mãos,
planta dos pés, boca, olhos, órgãos genitais e no ânus.
8) O que fazer se apresento estes
sintomas?
Se você achar que tem sintomas compatíveis
com a mpox, procure uma unidade de saúde para avaliação e informe se você teve
contato próximo com alguém com suspeita ou confirmação da doença. Se possível,
isole-se de atividades sociais e coletivas. Evite contato próximo com outras
pessoas. Higienize as mãos regularmente e siga as orientações para proteger
outras pessoas da infecção.
A maioria dos casos apresenta sintomas
leves e moderados. As principais medidas incluem o isolamento até que as lesões
desapareçam, para evitar a transmissão para outras pessoas. O tratamento tem
como objetivo aliviar dor, febre e demais sintomas, além do acompanhamento de
potenciais complicações clínicas. Fique atento à piora dos sintomas ou aumento
da quantidade de lesões no corpo. Caso ocorram problemas nos olhos como
vermelhidão, sinais de conjuntivite ou mesmo borramento da visão, busque
avaliação médica em uma unidade de saúde.
Converse, sempre que possível, sobre os
sintomas com suas parcerias afetivas e sexuais; além dos demais grupos sociais
com os quais você convive.
9) Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da mpox é laboratorial,
por teste molecular ou sequenciamento genético. O teste para diagnóstico
laboratorial será realizado em todos os pacientes com suspeita da doença. A
amostra a ser analisada será coletada, preferencialmente, da secreção das
lesões.
Quando as lesões já estão secas, o
material encaminhado são as crostas das lesões. As amostras estão sendo
direcionadas para os laboratórios de referência no Brasil.
10) A mpox pode levar à morte?
Na maioria dos casos, os sintomas da
mpox desaparecem em algumas semanas. No entanto, em algumas pessoas,
especialmente aquelas com diminuição na imunidade (imunocomprometidos),
crianças e gestantes, os sinais e sintomas podem levar a complicações, caso não
haja assistência adequada.
11) Existem medicamentos específicos
para o tratamento da mpox?
Até o momento, não se dispõe de um
medicamento aprovado especificamente para tratamento para mpox.
Atualmente, o tratamento tem se sustentado em medidas de suporte clínico com o objetivo de aliviar sintomas, prevenir e tratar as complicações e evitar sequelas. A maioria dos casos apresenta sinais e sintomas leves e moderados.
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Edjalma Borges
Ministério da Saúde