PARIS/BERLIM (Reuters) - Países ao redor do mundo estão se apressando para finalizar acordos por vacinas enquanto o número global de infecções por coronavírus se aproximava de 60 milhões, cientistas pediam cautela e autoridades dos Estados Unidos imploravam aos norte-americanos nesta quarta-feira para ficarem em casa durante o feriado de Ação de Graças.
O feriado deve piorar o surto nos EUA, que lideram o aumento de infecções por Covid-19 no mundo. Na terça-feira, o número diário de mortes subiu em mais de 2.000, o maior registro em 24 horas desde o início de maio.
As esperanças de uma vacina bem-sucedida, estimuladas por Pfizer, AstraZenica e Moderna, impulsionaram os mercados de ações mundiais.
Mas é improvável que uma vacina aprovada esteja amplamente disponível em meses, e os cientistas insistem na necessidade contínua de vigilância enquanto políticos buscam relaxar as restrições para o Natal em meio a uma segunda onda da pandemia.
A Alemanha relatou um recorde de 410 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, antes de seus 16 líderes estaduais e a chanceler Angela Merkel se reunirem nesta quarta-feira para discutir a flexibilização das restrições para os feriados de Natal e Ano Novo.
A Itália registrou 853 mortes por Covid-19 na terça-feira, um aumento em relação às 630 no dia anterior e o maior número diário de vítimas desde 28 de março. Mas novas infecções e o número de pessoas hospitalizadas com o vírus na França caíram drasticamente com o lockdown nacional na sua quarta semana.
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse na terça-feira que uma vacina poderia começar a ser administrada até o final do ano.
“Muito provavelmente, e dependendo da autorização das autoridades sanitárias, começaremos a vacinação das populações mais vulneráveis, ou seja, dos idosos, já no final de dezembro, início de janeiro”, afirmou ele em discurso pela televisão.
A Air France-KLM está entre as companhias aéreas que se preparam para o desafio de transportar milhões de doses de vacinas contra Covid-19 sensíveis à temperatura.
“Será um grande desafio de logística”, disse o chefe de carga da Air France, Christophe Boucher.
Segundo Macron, a França começará a diminuir o lockdown neste fim de semana para que no Natal as lojas, teatros e cinemas reabram e as pessoas possam passar o feriado com suas famílias.
No Reino Unido, os quatro países concordaram em relaxar as restrições para o Natal para permitir que até três famílias se reúnam para as festividades.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou contra o relaxamento do confinamento muito rapidamente. “Precisamos aprender com o verão e não repetir os mesmos erros”, disse ela ao Parlamento Europeu. “Relaxar muito rápido e demais é um risco para uma terceira onda depois do Natal.”
Reportagem das Redações da Reuters em todo o mundo
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