Motoristas de app de Pernambuco paralisam atividades; entenda o motivo

Na Região Metropolitana do Recife (RMR), veículos foram encostados na pista local da avenida Governador Agamenon Magalhães, nas proximidades do Classic Hall

Por Cristiano Rodrigues 26/03/2024 - 11:52 hs

Na manhã desta terça-feira (26), motoristasmotociclistas entregadores de aplicativos de Pernambuco aderiram a uma paralisação nacional, em protesto contra um Projeto de Lei (PL) que regulamenta a atividade da categoria.

Na Região Metropolitana do Recife (RMR), veículos foram encostados na pista local da avenida Governador Agamenon Magalhães, nas proximidades do Classic Hall, no bairro de Salgadinho, em Olinda.

Na Capital, os motoristas seguem em carreata até a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para a entrega de um documento que consta um pedido para retirada da urgência constitucional do projeto e depois a retirada da pauta. O ofício é endereçado aos senadores e deputados federais. 

Segundo a categoria, o principal item pedido na regulamentação, que é o pagamento de R$ 2 por quilômetro e tempo rodados, não consta no projeto. Em seu ligar, foi delimitado o valor de R$ 32,09 por hora trabalhado, o que, para os motoristas, apenas causaria prejuízo.

"A gente está em um enfrentamento nacional, junto com todos os estados e capitais, dizendo não ao PLP 12/2024, que não foi discutida pelos motoristas de aplicativos. Chegaram a um projeto que é ruim para o motorista, que vai onerar o trabalhador do INSS em apenas 27,5%", completou o presidente da Associação dos Motoristas e Motofretistas por Aplicativos de Pernambuco (Amape), Thiago Silva.

Além da capital, cidades como Caruaru, Porto de Galinhas, Garanhuns, Petrolina e Vitória de Santo Antão recebem atos. Segundo os motoristas, esse o maior ato da categoria na história de Pernambuco.

Carreata para a Alepe
Na capital, a carreata para a Alepe começou por volta das 9h45 desta terça. Segundo os motoristas, a expectativa é chegar à assembleia por volta das 11h. Já o ato deve ser encerrado no início da tarde, sem horário confirmado, quando os veículos irão se dispersar.

Os veículos partiram para a carreta em fila única, um atrás do outro, com um carro de som abrindo o caminho. A movimentação causou grandes transtornos no trânsito da avenida Governador Agamenon Magalhães. 

Os motoristas passam ainda pela avenida Cruz Cabugá e Rua Santa Isabel, até chegar à Rua da União, onde a Alepe fica, no bairro da Boa Vista, Centro do Recife. Em todos esses pontos, o trânsito também ficou muito engarrafado.

'Responsabilidade' de defesa
Um dos motoristas que participou do protesto na manhã desta terça foi José Gustavo de Oliveira, conhecido como Varão, de 34 anos. Ele trabalha por meio de aplicativo desde 2018 e vê como uma "responsabilidade" defender a categoria nesse momento.

"A gente não pode permitir que um projeto desse, que veio para acabar com a nossa categoria, passe de goela abaixo. A gente vive numa democracia e isso é inaceitável. Como cidadão, motorista e trabalhador, é impossível eu ficar em casa diante de um projeto que vai acabar com a nossa categoria", afirmou.