Boletim médico divulgado na noite desta sexta-feira (14) afirmou que o quadro clínico do prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), é "irreversível", ou seja, sem possibilidade de melhora. Covas está internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), recebendo analgésicos e sedativos.
O prefeito está licenciado desde o início do mês, quando pediu afastamento do cargo por 30 dias para se dedicar ao tratamento de um câncer, diante do aparecimento de novos focos e da metástase no trato digestivo, descoberto em 2019.
O estado irreversível significa que ainda há vida, mas o paciente se encontra em estado terminal, ou seja, no qual nenhum tratamento é capaz de melhorar o estado de saúde, explica a oncologista Rachel Riechelmann, head de Oncologia do Hospital A.C. Camargo.
“É uma pessoa que está viva, mas com a saúde muito frágil, quadro muito grave e terminal no qual os tratamentos disponíveis não funcionam mais”, explica Riechelmann.
Covas recebeu o diagnóstico de adenocarcinoma entre esôfago e estômago, com lesões no fígado e nos linfonodos em 2019. O tipo de câncer de Covas é considerado metastático desde que foi diagnosticado, porque mostrou focos em diferentes partes do corpo.
Recentemente, surgiram novos focos da doença no fígado e nos seus ossos, que indicaram nova metástase, ou seja, quando as células do tumor original se multiplicam e circulam através do sangue, se instalando em diferentes órgãos ou regiões do corpo.
Riechelmann explica que há vários motivos que podem agravar o estado do paciente oncológico a ponto de se tornar irreversível. Um deles é o espalhamento de tumores para outros órgãos, que os lesa de tal forma, que pode fazer com que eles parem de funcionar.
Nestes casos, as terapias indicadas como quimioterapia, radioterapia e imunoterapia – todas utilizadas por Covas – não fazem mais efeito e a doença fica fora de controle.
“A doença se torna muito agressiva e os tumores se tornam resistentes aos tratamentos indicados e não há mais nada que possa ser feito, senão os cuidados paliativos”, afirma.
O crescimento e espalhamento dos tumores podem causar dores, sangramentos e mal-estar tamanhos, que a medida paliativa a ser considerada é sedar o paciente para evitar que ele sofra.
“O paciente oncológico é sedado para aliviar o sofrimento que pode ser por dor, falta de ar, agonia, confusão mental; sintomas que causam muita dor no paciente e nos seus familiares”.
O fato de estar sedado não impede a doença de manter seu curso e vir a falecer por falência dos órgãos comprometidos. Mas não significa que órgãos vitais como cérebro ou coração estejam parados. “Eles continuam funcionando, mas a medida que a doença avança, pode haver a falência dos órgãos e a morte”, explica Riechelmann.
Desde a descoberta do câncer, Covas foi submetido a oito sessões de quimioterapia. Nos quatro primeiros meses, elas resultaram na regressão dos tumores na região gastroesofágica, mas não foram capazes de extrair o câncer na região dos linfonodos. Com os linfonodos ainda aumentados, sinal de que o câncer persistia, o prefeito começou sessões de imunoterapia em fevereiro de 2020.
Na ocasião, o oncologista Tulio Eduardo Flesch Pfiffer, um dos membros de sua equipe médica, informou que o tratamento com a imunoterapia era "mais tranquilo e muito menos tóxico", e que ajudaria a reforçar a imunidade do prefeito.
O câncer gástrico metastático não tem cura. Os tratamentos disponíveis, servem para melhorar os sintomas e prolongar a vida de quem tem a doença, segundo Riechelmann.
“O câncer gástrico é uma doença muito grave. Mesmo quando o doente consegue retirar o tumor em cirurgia e receber tratamentos adequados, mais da metade evolui para metástase”, afirma.
Em seu atlas do Câncer no Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca), descreve o tratamento do câncer de estômago metastático como “nas situações em que não é possível retirar o tumor com cirurgia ou em que há metástases, o tratamento é paliativo”. São indicados: radioterapia, quimioterapia e imunoterapia.
Segundo dados do Inca, o adenocarcinoma de estômago atinge, em sua maioria, homens por volta dos 60-70 anos. Cerca de 65% dos pacientes têm mais de 50 anos. No Brasil, o câncer de estômago é o terceiro tipo mais frequente entre homens e o quinto entre as mulheres.
Para cada ano do triênio 2020-2022, devem surgir 13.360 casos novos de câncer de estômago entre homens e 7.870 entre as mulheres, segundo dados do documento Incidência de Câncer no Brasil – Estimativa 2020, do Inca.
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