Picanha e alcatra ficam mais baratas e contribuem para inflação negativa das carnes em setembro
Mais em conta pelo quarto mês seguido, a proteína ainda registra alta acima de 1% no acumulado dos últimos 12 meses, mostra IBGE
Mais em conta pelo quarto mês seguido, a proteína ainda registra alta acima de 1% no acumulado dos últimos 12 meses, mostra IBGE
As idas ao açougue ficaram menos pesadas no bolso dos brasileiros com a queda do preço das carnes pelo quarto mês consecutivo (-0,72%). A variação negativa mais intensa do que as apuradas nos meses de junho (-0,62%), julho (-0,21%) e agosto (-0,53%) é motivada pelo barateamento de 13 dos 18 cortes pesquisados mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Na passagem de agosto para setembro, as quedas mais significativas foram verificadas pela carne de carneiro (-2,9%), o lagarto (-1,9%), a costela (-1,5%), a alcatra (-1,4%), o chá de dentro (-1,2%), o acém (1,2%) e a picanha (-1,1%). Também ficaram menos salgados o músculo (-0,8%), o cupim (-0,6%), a carne de porco (-0,6%), o lagarto redondo (-0,4%), o fígado (-0,2%) e o patinho (-0,03%).
No mês, a redução do preço das carnes, aliado com a queda de 13,7% no valor do leite longa vida, foi determinante para a primeira queda mensal de preço dos alimentos desde novembro de 2021 (-0,04%). O mês de setembro foi também marcado pela terceira deflação consecutiva da economia brasileira (-0,29%).
O movimento que tornou as carnes mais baratas nos últimos meses ainda é insuficiente para reverter as altas apuradas ao longo de 2022 (+1,27%) e no acumulado dos últimos 12 meses (+1,22%). Em ambos os casos, há uma forte desaceleração no valor da proteína ao longo dos últimos segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Na contramão do movimento geral das carnes e dos alimentos, a pá (+1,7%), o filé-mignon (+1,5%), o peito (+0,4%), a capa de filé (+0,3%) e o contrafilé (+0,1%) ficaram mais caros nos açougues brasileiros no mês passado.
Na análise regional, as maiores variações negativas das carnes foram apuradas no Distrito Federal (-4%), em São Paulo (-1,5%), em Campo Grande (-1,4%) e em Vitória (-1,3%). Por outro lado, o preço da proteína variou positivamente em São Luís (+0,1%), Curitiba (+0,2%), Belém (+0,2%), Goiânia (+0,3%) e Belo Horizonte (+0,04%).
Exemplos de proteínas utilizadas como forma de substituir as carnes vermelhas na mesa das famílias brasileiras, o frango, o peixe e os ovos apresentaram variações discretas na passagem de agosto para setembro.
Enquanto os pescados aparecem apenas 0,12% mais caros, o preço do frango inteiro subiu somente 0,01% no período e os ovos de galinha avançaram 1,68%. Ao mesmo tempo, o frango em pedaços recuou 0,58%.
Entre as carnes e peixes industrializados, houve queda de 0,6%, motivada pela queda de preços das salsichas (-0,34%), das linguiças (-0,94%), dos salames (-1,59%), da carne-seca (-0,72%), da carne de porco salgada (-2,49%) e do bacalhau (-0,05%).
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